
A
descrição não faz o menor sentido para mim, e na história, Seth também não
saberia a sensação de nenhuma das coisas que foi usada para descrever a pera.
Ambos viviam em mundos diferentes e tinham conhecimentos diferentes a respeito
do mundo. Entretanto, apenas Seth tinha interesse em conhecer o outro lado,
isto porque ele tinha apenas o conhecimento intelectual, sabia como funcionava,
mas não tinha a experiência real, a sensação. A vivência traz situações reais
de dor mas também de satisfação, dependendo de como você encara a situação.
Há
uma história sobre três pedreiros, interrogados por um viajante que,
percorrendo uma estrada, deparou-se com uma obra em início de construção. Três
pedreiros, com suas ferramentas, trabalhavam na fundação do que parecia ser um
importante projeto. O viajante, aproximou-se curioso. Perguntou ao primeiro
deles o que estava fazendo. Estou quebrando pedras, não vê? Respondeu o
pedreiro. Expressava no semblante um misto de dor e sofrimento. Eu estou
morrendo de trabalhar, isto aqui é um meio de morte, as minhas costas doem,
minhas mãos estão esfoladas eu não suporto mais este trabalho, concluiu.
Não
satisfeito, o viajante dirigiu-se ao segundo pedreiro e repetiu a pergunta.
Estou ganhando a vida, respondeu. Não posso reclamar, pois foi o emprego que
consegui. Estou conformado porque levo o pão de cada dia para minha família.
Mas o viajante queria saber o que seria aquela construção. Perguntou então ao
terceiro pedreiro: O que está você fazendo? Este respondeu: Estou construindo
uma Catedral!
Apenas
o terceiro estava vivendo por algo que maior do que ele, por algo que
ultrapassaria gerações, por algo que faria pessoas do mundo inteiro deslocar-se
àquele local apenas para observar o fruto do seu trabalho.
E
nós? Como estamos vivendo? Estamos
vivendo uma vida que vale a pena viver ou estamos simplesmente nos refestelando
em nossos próprios desejos? Possuímos as coisas ou deixamos que as coisas nos
possuam? Estamos construindo uma catedral ou apenas aguardando – e às vezes,
abreviando – nossa hora de morrer?
As
perguntas são gerais; as respostas, individuais.
Lembro,
por último, as palavras do mestre Jesus: Pois quem quiser salvar a sua vida, a
perderá, mas quem perder a vida por minha causa, a encontrará. Pois, que
adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o
homem poderá dar em troca de sua alma?