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quarta-feira, 26 de março de 2008

Individualismo

Individualismo - www.samuelbonette.blogspot.com
Há um tempo atrás, ainda em 2007, eu estava fazendo a barba, antes de ir trabalhar, e me cortei. Como sempre vi meu pai fazer, peguei um pequeno pedaço de papel higiênico e coloquei sobre o pequeno corte, a fim de estancar o sangue. Pois bem; enquanto o sangue não estancava, fui até a cozinha comer alguma coisa, e também acertar os últimos detalhes antes de sair de casa. Ao realizar estas tarefas, esqueci-me de retirar o pequeno pedaço de papel higiênico do lugar onde se encontrava. 

Fui até o ponto de ônibus, peguei o ônibus, que me conduziu até o meu local de trabalho, e só percebi que ainda estava com o papel higiênico sobre o corte quando da minha chegada ao local de trabalho, mais precisamente, ao me olhar no espelho do elevador. Fiquei um pouco constrangido pelo ocorrido, mas, especialmente, fiquei impressionado pela omissão das pessoas. 

Eu passei por muitas pessoas, desde a minha saída de casa até o meu local de trabalho, e nenhuma, nenhuma sequer me alertou sobre o pedaço de papel higiênico. Bom, ninguém é obrigado a me dizer nada, nem ao menos são obrigados a me olhar, assim como ninguém é culpado do meu esquecimento. Porém, todas elas simplesmente se negaram a fazer qualquer menção ao fato vexatório, limitando-se a me olhar, quando muito.


Isso me fez refletir o quanto a cultura do "não me meto na vida alheia" se infiltrou no nosso modo de vida, a tal ponto que nos negamos a ajudar uma pessoa. Isso passou da não-invasão da privacidade alheia à um total descaso com qualquer coisa que esteja ocorrendo com qualquer ser humano, especialmente aqueles que não conhecemos. Passamos da não-intromissão à omissão. 

Da mesma forma como ninguém me falou sobre o papel higiênico ali, ninguém se importa quando o seu semelhante é assaltado a poucos metros de si; ninguém se importa se um ser humano está passando fome; chegamos ao absurdo de termos pessoas que se preocupam mais com a vida animal do que a própria vida do ser humano, tratando ambas como sendo dignas de igual importância, sem saberem diferenciar entre uma barata, e um ser humano.


Enquanto diversas pessoas passam fome, morrem de frio, sofrem de doenças incuráveis, presenciamos um ato no qual milhares de pessoas ficam sem poder assistir um show pirotécnico por causa de um ninho de corujas. Animais sendo tratados como pessoas, e pessoas sendo tratadas como animais, sem direito às condições mínimas de dignidade humana.

Se nós nos importarmos mais com quem está ao nosso redor, se nós colocarmos os seres humanos como prioridade, e depois nos preocuparmos com os animais, com certeza estaremos criando um mundo justo para se viver. Essa é a vontade do Criador: que o ser humano tenha dignidade, e que cuide bem de todas as outras coisas que Ele criou.

Porém, para se ter dignidade, é necessário usar um padrão mais alto do que qualquer um que qualquer ser humano possa pensar, sendo individualmente, ou em grupo; é necessário usar o padrão de Alguém que nos criou, e nos amou, antes de existirmos: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna" João 3:16.

Se tu concordas com isso, chegarás à conclusão de que o caminho para ser completo, para ser feliz,não está dentro do ser humano, mas sim, externo a Ele, em um Ser Superior.

Samuel Bonette

Um comentário:

CARINA disse...

Samuel, Gostei do texto e acho bacana o proveito que tu tira das situações para crescer como pessoa. Concordo que a raça humana esteja cada vez mais individualista. Este é um problema antigo, lembra da frase: 'Cada um por si e Deus por todos'?rsrs.
Mas acredito que os problemas ambientais mereçam sim atenção especial, afinal de contas, a maioria das soluções para os problemas mundiais estão na natureza, aquela a quem tanto maltratamos. Parabéns pelo Blog