Hoje, no segundo dia, vou dar minha visão sobre um episódio
específico, relatado em João 4, especialmente do comportamento de uma mulher, a
mulher samaritana, e de Jesus, ao interagirem entre si.
É importante salientar que os samaritanos eram judeus “misturados”
com outras raças e, por isto, havia uma rivalidade com os judeus, uma tensão
sempre presente, ora velada, ora escrachada.
Nos próximos parágrafos, vou escrever como leio as entrelinhas
da história.
Quando Jesus pede água à mulher, no verso 7, ela nega e ainda
lhe dá uma razão “justa”: você sendo judeu, pedindo água a mim, samaritana?
Está louco? Não sabe que somos inimigos?
No verso 11, após receber uma resposta de que ela deveria pedir água
a Jesus, vejo a mulher respondendo ainda um pouco brava e de forma mais
profunda: você não tem como tirar água, o poço é fundo, quem você acha que é?
Jesus, de forma solene e dando uma resposta ainda insistindo que
tem uma água especial (falando do plano espiritual), ouve uma resposta muito irônica,
no verso 15. Imagino a mulher falando com uma voz de fingida súplica.
Ao notar que ela ainda não tinha percebido do que Ele falava,
Jesus lhe dá um choque de realidade nos versos 16 e 17 e ela tenta lhe propor
uma questão de viés teológico, de forma a tirar o foco de si e talvez provocar
uma discussão que ponha fim à interação.
Habilidosamente, porém, Jesus torna a colocar as coisas em seus
lugares, fugindo da especificidade da pergunta e demonstrando quão maior é a
visão de Deus para o mundo, nos versos 21 a 24.
Ao perceber o “tamanho” de quem falava com ela e a sua sabedoria,
a conversa toma um rumo sério e interessante de ambos os lados, quando a mulher
pergunta e Jesus confirma que Ele próprio é o Messias.
O impacto da conversa foi tal que ela foi impelida a ir até a
cidade e contar tudo o que acontecera – e, embora ela fosse uma mulher em quem
ninguém acreditaria, dado o seu histórico, ela conseguiu transmitir com tal
veracidade que todos na cidade acreditaram o suficiente para ir com ela
verificar o que ela relatava.
Impactante.
Samuel Bonette
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