O personagem de hoje é Jó.
Imagine uma pessoa justa, correta, honesta, trabalhadora, alguém
de conduta irretocável. Era Jó. Ele era tão exemplar que foi “exibido” por Deus,
citado como destaque.
Acontece que, repentinamente, sem motivo aparente, ele perdeu tudo
o que tinha. Todos os seus filhos morreram, simultaneamente, em uma tragédia.
Suas riquezas foram roubadas ou perdidas. Sua mulher o abandonou. Doenças
terríveis lhe atacaram.
Imagine você nesta situação. Eu me imagino nesta situação e não
sei o que eu faria. Às vezes, quando acontece alguma coisa inesperada ou contra
a minha vontade, mesmo que pequena, eu já fico intratável, imagine então se eu
estivesse na pele deste cara.
Mas Jó era sensato. Quando sua mulher lhe disse para amaldiçoar
seu Deus, dado todo o seu infortúnio, ele lhe respondeu: “Você fala como uma
insensata. Aceitaremos o bem dado por Deus, e não o mal?”.
Creio que poucos conseguiriam ter tamanha lucidez em meio a
tanta dor. Jó era demais. Não que ele não tenha sentido a dor. Não que nada
disto o tenha atingido. Mas ele não buscou culpar a nada nem ninguém pelo mal
que lhe sobreviera. Ainda teve que aguentar três amigos buscando lançar alguma
culpa pelo que lhe havia ocorrido.
Mas Jó realmente era o cara. Ele conseguiu passar pela dor e
fica como exemplo de que coisas ruins acontecem a pessoas boas. Porque? Aí já é
outra história, que não vou adentrar hoje.
Samuel Bonette
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