Outro filme 18+ que eu curto muito é “Os
oito odiados”.
Como a maioria dos filmes do Tarantino
(o Quentin), tem muito sangue e coisas loucas, mas é bastante interessante, pois
aborda alguns dos temas mais controversos da história americana, incluindo sua
guerra civil. Tensões raciais, conflitos de gerações, justiça x foras da lei,
entre outras “discussões”, estão presentes neste filme.
Aliás, fazendo um parênteses, vale a
pena ler as teorias sobre as interligações entre os filmes do Tarantino (e
também de Wes Anderson). São um capítulo a parte. Provavelmente você facilmente
encontrará farto material na web.
Entretanto, o que mais me chama a atenção
para que eu goste e recomende este filme é a possibilidade de observação
(guardada a ideia de que se trata de obra de dramaturgia) da interação humana
em tempos pré fotos, vídeos e internet.
Em diversas ocasiões os personagens “reconhecem”
uns aos outros sem que tenham visto uma única foto (até porque não existia) do
outro, somente pelas características e histórias que contavam.
Em outros momentos, eles flutuavam entre
a confiança e a desconfiança, uns sobre os outros e sobre suas histórias, uma
vez que não era possível confirmar com exatidão se eles eram quem diziam ser ou
sobre o que ocorrera.
Adicione-se a isto muito chumbo,
pólvora, espingardas, revólveres, algemas e oito desconhecidos presos em uma
cabana, durante uma nevasca e longe de tudo.
Quem é quem? Quem é o quê? Todos são
quem dizem ser?
Imperdível e surpreendente.
Samuel Bonette
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