Quarta-feira, dia de célula.
Também foi dia de dormir durante o
intervalo de almoço, porque estava osso.
Dia de escrever pouco. Dia de escrever pouco. Reproduzirei,
a seguir, um poema de Davi:
Senhor, tu me sondas e me conheces.
Sabes quando me sento e quando me
levanto; de longe percebes os meus pensamentos.
Sabes muito bem quando trabalho e
quando descanso; todos os meus caminhos te são bem conhecidos.
Antes mesmo que a palavra me chegue
à língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor.
Tu me cercas, por trás e pela
frente, e pões a tua mão sobre mim.
Tal conhecimento é maravilhoso
demais e está além do meu alcance, é tão elevado que não o posso atingir.
Para onde poderia eu escapar do teu
Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença?
Se eu subir aos céus, lá estás; se
eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás.
Se eu subir com as asas da alvorada
e morar na extremidade do mar,
mesmo ali a tua mão direita me
guiará e me susterá.
Mesmo que eu dissesse que as trevas
me encobrirão, e que a luz se tornará noite ao meu redor,
verei que nem as trevas são escuras
para ti. A noite brilhará como o dia, pois para ti as trevas são luz.
Tu criaste o íntimo do meu ser e me
teceste no ventre de minha mãe.
Eu te louvo porque me fizeste de
modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena
certeza.
Meus ossos não estavam escondidos
de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da
terra.
Os teus olhos viram o meu embrião;
todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de
qualquer deles existir.
Como são preciosos para mim os teus
pensamentos, ó Deus! Como é grande a soma deles!
Se eu os contasse seriam mais do
que os grãos de areia. Se terminasse de contá-los, eu ainda estaria contigo.
Quem dera matasses os ímpios, ó
Deus! Afastem-se de mim os assassinos!
Porque falam de ti com maldade; em
vão rebelam-se contra ti.
Acaso não odeio os que te odeiam,
Senhor? E não detesto os que se revoltam contra ti?
Tenho por eles ódio implacável!
Considero-os inimigos meus!
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu
coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações.
Vê se em minha conduta algo que te
ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.
Salmos 139:1-24
Samuel Bonette
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